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Carro Preferido

O primeiro carro a gente nunca esquece

Fio da bobina que estava trincado, mas como não era aparente, pois estava encapado, o defeito não era identificado

*Por Solange Suzigan

 

Carro na minha vida sempre foi uma paixão. Alguns eu lembro com saudade, outros nem tanto. Uns proporcionaram momentos de muita aventura e alegria, outros de muita dor de cabeça. Bem, seja na alegria ou na tristeza, o primeiro carro a gente nunca esquece. Aos 20 anos, em 1991, ganhei meu primeiro automóvel. Não era nenhum seminovo, era um Chevette bege 1981 que de bege não tinha nada. Para mim, a cor remetia ao dourado.

 

Com ele, passei momentos difíceis no trânsito. Apesar de ser iniciante no volante, não foi por falta de experiência que estes momentos complicados aconteceram. E a aventura não lembrava nem um pouco a emoção de Velozes e Furiosos. Furiosa ficava eu, à espera do mecânico. Lembrava mais a música “Não pare na pista”, do Raulzito. Sim, chega a ser hilário.

 

Eu trafegava pouco. Mas, todas às vezes que eu ia trabalhar com o carro, ele empacava no mesmo local. Simplesmente desligava, cortava o som do motor, e de lá não saia. Não dava nem sinal. Lembro até hoje do lugar. Eu atravessava o Minhocão sentido zona norte de São Paulo e ele morria. Durante muito tempo pensei que havia uma força do além. Não era possível parar sempre no mesmo local.

 

Lá vinha meu pai me socorrer com o mecânico. Mexiam em diversos fios, cabos, peças do motor e de repente ele ressuscitava. Ah! Como eu ficava feliz! De novo, às ruas esburacadas de São Paulo! E lá ia eu sorrindo de volta para casa. Mais alguns dias, e lá vinha novamente o defeito. Novamente, fios sendo agitados, cabos remexidos e peças tiradas e recolocadas. E, lá ia o Chevetinho dando a partida.

 

Somente, após eu passar por estas situações por três ou quatro vezes, é que o problema do carrinho foi descoberto. Era um fio da bobina que estava trincado, mas como não era aparente, pois estava encapado, o defeito não era identificado. Como havia um buraco logo após terminar o Minhocão, com o balanço do carro, o fio desconectava. Foi só substituir o fio e ele voltou a percorrer as vias durante alguns anos comigo sem apresentar novos problemas.

Depois, tive outras paixões também avassaladoras. Sempre da Chevrolet/GM Chevette 1983, Chevette 1985, Monza, dois Celtas, Prisma.e segue em frente. Segura, que virão outras histórias.

 

* Solange Suzigan é jornalista, assessora de imprensa da Verso Comunicação e colaboradora do site Peças & Veículos.

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