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Negócios

AbraTalks de agosto conversou com especialista em finanças pessoais

Peterson Pirola, MSc., Planejador Financeiro CFP® na Splendys fala sobre investimentos de renda fixa e variável, entre outros assuntos, como prazos dos investimentos e cobrança de impostos no sexto episódio do videocast da Abrafiltros.

Não é preciso muito dinheiro para uma pessoa entrar no mundo dos investimentos. “Para quem tem pouco dinheiro, hoje, há investimentos a partir de 30 reais. Não há necessidade de quantia exorbitante para fazer aplicações seguras, como por exemplo no Título de Tesouro Direto, falando em renda fixa”, afirmou Peterson Pirola, MSc., Planejador Financeiro CFP® na Splendys, no sexto episódio do programa Abra Talks, podcast mensal da ABRAFILTROS – Associação Brasileira das Empresas de Filtros Automotivos, Industriais e para Estações de Tratamento de Água, Efluentes e Reúso, em parceria com as Revistas TAE e Meio Filtrante e transmitido pela TV Filtros. Segundo Peterson, o primeiro passo é abrir uma conta numa corretora. “Caso tenha conta em banco pode fazer por meio dele, que encaminhará automaticamente para a própria corretora da instituição financeira, e controlar você mesmo as aplicações”, disse. Já na renda variável, há ações por dois reais. Mas, é preciso fazer uma análise, vai depender do perfil do investidor.

Recomendou ter um fundo de reservas. “O ideal é que o fundo de reserva, calculado de acordo com as despesas mensais, seja de 6 meses para os empregados, e empresários, de 12 meses, reserva que deve estar numa aplicação com liquidez diária”, explicou. Peterson, ressaltando que o capital de reserva também pode ser usado em oportunidades de negócios, desde que a pessoa vá reabastecendo-o até chegar ao montante inicial. Também é necessário recalcular a reserva anualmente já que os gastos podem variar.

 

Sobre o investimento no próprio negócio, aconselhou aplicar somente com um plano de negócio e métricas financeiras definidas. “Quanto você quer ter de rentabilidade na empresa? Se for 10% ao ano, há títulos do tesouro e CDBs rendendo 13% ao ano, será que vale a pena?”, questionou Peterson. Disse que é preciso muito cuidado na avaliação e planejamento do investimento. Segundo o planejador financeiro, a empresa precisa de capital de giro e capital de reserva adequados com o tamanho da empresa para emergências, sempre há riscos. “Ela necessita ter uma quantia em renda fixa, com liquidez diária, de fácil retirada, caso sofra algum impacto econômico”, disse.

 

Investimento em renda fixa ou variável? – No caso da renda fixa, o investimento pode ser pré-fixado e pós-fixado. Peterson explicou que o pré-fixado paga uma taxa definida no momento da compra do título e o pós-fixado tem um indexador, geralmente, o IPCA, paga a taxa fixa, mais o IPCA. “Há muitas possibilidades de aplicações na renda fixa, como os CDBs, Tesouro Direto, Letras de Crédito Imobiliários (LCI), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e caderneta de poupança”, comentou.

 

Já na renda variável, não há certeza do ganho ou perda no futuro. Entre os exemplos, citou as ações das empresas que sobem e descem de acordo com as notícias do mercado, fundo de ações, ETFs (exchange-traded fund) que sofrem variações diárias, Fundos Imobiliários, entre outros.

 

Com relação aos prazos dos investimentos, esclareceu que, na renda variável, geralmente, como no caso das ações, pode comprar e vender no mesmo dia (Day Trade). Na renda fixa, alguns títulos, como CDB, LCA e LCI, tem liquidez no vencimento. “Há CDBs com liquidez diária e com prazos mais longos e se você quiser vender antes do vencimento pode, mas perde dinheiro com a venda antecipada”, disse. A caderneta de poupança rende um mês depois das datas em que foram realizados os depósitos. No Tesouro Direto, há facilidade de aplicações diárias e também de retiradas diariamente.

 

Cobrança de impostos – Há também a questão dos impostos. Na renda fixa, se o prazo do investimento for de 6 meses, o percentual é de 22,5% de imposto. É uma tabela regressiva. A partir do segundo ano, o imposto é de 15%. “Quanto mais tempo, deixar o dinheiro aplicado, menos imposto você paga”, afirmou. Na renda fixa, o imposto fica retido na fonte, ou seja, a própria instituição já faz a cobrança. Na renda variável, é o investidor que deve pagar o imposto. “Compro ações e faço uma venda acima de 20 mil reais – limite de não pagamento de imposto, vendo com lucro, devo recolher o imposto até o último dia útil do próximo mês. Deve calcular, no caso de ações, 15% sobre o lucro, se não o Fisco pega na malha fina”, destacou.

 

A importância do acompanhamento dos investimentos – “É preciso ter controle e acompanhar os investimentos. É possível para quem tem tempo fazer o controle, inclusive, há ferramentas que auxiliam o investidor. Bancos e corretoras disponibilizam gráficos de rentabilidade. Mas, o mais importante é saber qual é o perfil dele como investidor, quais seus planos para o futuro”, ressaltou Peterson. Há três tipos de perfis – conservador, moderado e agressivo. “O conservador não deve aplicar em renda variável, diversifique o capital dentro da renda fixa. Já o moderado pode colocar o pé na renda variável, num fundo de ações, por exemplo, enquanto o agressivo pode até ir para criptomoedas”, disse. Mas, aconselhou a ter uma quantia em renda fixa para emergências.

 

Sobre a consultoria financeira, destacou que ajuda a identificar os objetivos e as metas, os melhores investimentos de acordo com o prazo que deixará o recurso aplicado e se os investimentos estão de acordo com o perfil do investidor. “Vejo muitas pessoas se perdendo nas aplicações. Vou precisar do dinheiro em 6 meses, então não dá para correr o risco e aplicar numa renda  variável”, exemplificou.

 

Erros na hora de investir – Peterson não indica seguir as indicações de outras pessoas ou da internet sem avaliar se o investimento é adequado ao perfil e ao estilo de vida de cada um. Com relação ao controle, disse que é muito simples pegar crédito, atualmente, facilitando consumidores a gastarem mais do que ganham e a entrarem num ciclo vicioso.

 

Segundo o planejador, a educação financeira mostra que se deve fazer um controle dos recebimentos, depois analisar o quanto pode investir e o que sobrar vai para os gastos. O controle pode ser feito em planilha excel, aplicativos de celulares ou até mesmo num caderno, e em grupos – alimentação, moradia, lazer, saúde, supermercado, etc. “Esta divisão faz a pessoa ter a noção do quanto gasta em cada grupo e o que pode cortar ou não”, disse.

 

Quanto tempo guardar documentos – Para ele, hoje, há muita facilidade de ter todas as informações digitalmente. Para pessoas físicas, indicou guardar contas básicas por uns seis meses no máximo. “Dívidas já constam expressas na próxima conta”, destacou. Imposto de renda por 5 anos.

 

Investimentos inesperados – De acordo com Peterson, investimentos inesperados, como o nascimento de um filho, por exemplo, também deve entrar no planejamento assim que possível e um levantamento dos gastos deve ser feito, como móveis do quarto, mensalidade de escola, uniforme, materiais, alimentação, passeios, presentes, saúde e até faculdade. “Hoje, há um título, lançado pelo governo, o Educa+, com a finalidade de se prever uma renda para o adolescente quando entrar na faculdade”, afirmou. As aplicações são feitas de acordo com a disponibilidade de recursos e faz o planejamento de uma data para retirada, segundo o ingresso do filho na faculdade, e, a partir daí, recebe mensalmente durante 5 anos.

 

Bancos digitais X tradicionais – Peterson disse que os bancos digitais vieram para as novas gerações, mais conectada e com mais autonomia, com a facilidade de transferir dinheiro pelo celular e fazer pagamentos. No entanto, muito mais difícil de falar com um gerente. “Grande parte das gerações anteriores ainda gosta de ir à agência”, comentou. Estruturas diferentes, mas não impediu dos tradicionais também irem para o digital, oferecendo comodidade para quem quiser. “Daqui para frente, vamos viver um meio termo. Vamos precisar dos bancos tradicionais, especialmente, na área de crédito. Há ainda um pouco de desconfiança com os bancos digitais”, disse.

 

Dinheiro traz ou não felicidade? – “Como dizem senão traz, manda comprar”, brincou Peterson. Na visão dele, traz, mas é preciso mostrar à ele quem é o dono de quem. “Você não pode deixar o dinheiro tomar conta de você. É você que precisa tomar conta do dinheiro. Por isso, é importante o planejamento para detalhar seus sonhos e objetivos e realizá-los”, finalizou.

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