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Mercado de Reposição

Seminário da Reposição Automotiva destaca que motores a combustão devem prevalecer no Brasil por muitas décadas

Etanol como energia renovável pode ser a fonte adotada pelo Brasil e exportada para vários países

Com casa cheia, o Seminário da Reposição Automotiva realizado, no dia 10 de outubro, na FIESP, em São Paulo-SP, abordou temas centrais com a participação de representantes das principais entidades do setor, como ANDAP, ASDAP, SICAP, SINCOPEÇAS BRASIL, SINDIPEÇAS, SINDIREPA BRASIL.

Apresentado pelo jornalista e âncora Adalberto Piotto, o evento colocou em foco diversas questões, como a evolução da frota eletrificada no Brasil que deve ser bem mais lenta do que em outros países por causa do etanol que é uma fonte renovável, desafios da capacitação profissional nos diferentes elos da cadeia da reposição automotiva e também a importância do movimento Right to Repair para que o consumidor tenha livre escolha de levar o seu veículo para fazer manutenção onde desejar, sendo necessário que os mecânicos possam obter acesso às informações técnicas das montadoras.

Frota circulante de veículos envelhece e gera demanda para o aftermarket – Em sua explanação sobre o cenário econômico, o deputado estadual, Tomé Abduch, falou que tem muita proximidade com o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas, e também é empresário do setor da construção civil. Contou sobre sua trajetória como empreendedor e que procurou entender como funcionava a política até se candidatar no ano passado. Abduch comentou sobre a movimentação e transações de veículos usados que chegou a 13 milhões de unidades no Brasil, sendo que 30% possuem mais de 12 anos e que isso deve impulsionar o mercado de reposição. Sobre a economia de forma geral, na sua visão, o agronegócio continua sendo a principal alavanca de crescimento do país, mas alerta para o aumento dos gastos públicos que causa insegurança e reflete na economia.

O deputado também se colocou à disposição do setor para trabalhar em pautas que sejam importantes, como a Inspeção Técnica Veicular.

 

Com etanol como fonte renovável, Brasil terá motores a combustão por 60 anos – O Brasil possui muitas oportunidades no setor automotivo devido às matrizes energéticas, pois conta com todos modais de energia limpa. Mas, é preciso união do setor automotivo para somar esforços e desenvolver um projeto para levar o país a um novo patamar tanto na indústria e quanto no contexto da descarbonização. Esta foi a afirmação de Claudio Sahad, presidente do Sindipeças, ao iniciar a palestra “O panorama geral da indústria de autopeças”.

Segundo Sahad, há diversas rotas tecnológicas a serem seguidas para a descarbonização, entre eles, os biocombustíveis: bioetanol, biodiesel, diesel renovável/verde (HVO) e biogás/metano, eletrificados e célula a combustível. “O Sindipeças entende que as diferentes tecnologias de propulsão conviverão por algum tempo”, afirmou.

Europa e China não terão interesse em produzir plataformas do Ciclo Otto e Diesel por razões de escala, e, provavelmente, até 2050, Brasil e Índia vão se destacar na fabricação de motores a combustão, enquanto os chineses focarão nos veículos elétricos. “O Brasil tem desafios na eletrificação: escala de produção, preço dos veículos, renda das famílias, infraestrutura para recarga e qualificação de mão de obra”, ressaltou. Mas, tem competitividade para uso de veículos a combustão, utilizando combustíveis de menor pegada de carbono.

De acordo, com o presidente do Sindipeças, Brasil, Índia, sudeste/sul da Ásia, Oriente Médio, África e países da América Latina vão usar motores a combustão por mais tempo, sendo clientes potenciais para as exportações brasileiras de veículos flex ou híbridos a etanol.

Citou o powershoring, ressaltando que a matriz energética brasileira representa diferencial competitivo, inclusive, para atração de novas indústrias, com desenvolvimento de parques industriais verdes.

Sobre as políticas públicas para o desenvolvimento da mobilidade sustentável, Sahad disse que a estruturação de uma cadeia automotiva para veículos híbridos e elétricos no País depende de escala. Mas, à medida que avançarem as vendas, os fabricantes de autopeças estarão organizados para atender as OEMs. No entanto, destacou que a isenção do Imposto de Importação para os elétricos não ajuda esse objetivo. Também é preciso estimular o abastecimento dos veículos com etanol para ampliar a escala de produção. “As políticas para veículos elétricos/híbridos devem contemplar a redução da burocracia para instalação de unidades fabris, linhas de financiamento para essa finalidade e qualificação da mão de obra local e atração de profissionais de forma que tenham know-how específico”, concluiu. 

Desafios estruturais em prol da competitividade do setor – Durante a sua apresentação, o presidente do Sindipeças ressaltou também que, além da descarbonização, dos veículos elétricos, de outras formas de mobilidade sustentável e do desenvolvimento de novos combustíveis, há outros desafios estruturais para a competitividade da indústria automotiva, como a indústria 4.0, novos modelos de negócio, diversidade e flexibilidade nas empresas e integração competitiva às cadeias globais.

Entre as oportunidades, citou, para as empresas estabelecidas no País, a desorganização das cadeias de fornecimento global decorrente da pandemia e do conflito no Leste Europeu. Porém, para aproveitá-las, as empresas precisam estar inseridas em ambiente de negócios amigável e ter condições saudáveis para competir internacionalmente. Para isto, as reformas estruturais e a redução do custo Brasil tem papel decisivo.

 

O presidente da Andap, Rodrigo Carneiro, preferiu deixar de lado a sua apresentação para passar uma mensagem ao setor com emoção, destacando a força do mercado de reposição no Brasil que conta com rede de distribuição estruturada com powerhouses que têm capacidade para atender 80% da frota circulante, estimada em 44 milhões de veículos. Também ressaltou a importante atuação do varejo com mais de 60 mil pontos de vendas e milhares de oficinas que empregam 1 milhão de mecânicos para atender 78 milhões de motoristas, setor que movimenta R$ 100 bilhões para a economia, sendo o quarto maior mercado do mundo. Também falou que a reposição é um segmento de negócios líder e inovador em tecnologia se referindo ao etanol, fazendo menção  ao que Claudio Sahad explicou sobre o assunto anteriormente. Para ter representatividade que o mercado merece, Carneiro comentou sobre a importância de unir as entidades formando a Aliança do Afermarket Automotivo, que reúne Andap, Sincopeças do Brasil, Sindirepa Brasil e Conarem, e promove o movimento mundial Right to Repair, ou seja, o direito do consumidor escolher onde levar o carro para fazer manutenção, uma vez que as montadoras estão retendo o acesso às informações aos mecânicos de oficinas independentes.

Carneiro contou que a Aliança formada visa trabalhar essa pauta junto ao governo, dando assim, a opção do consumidor ter livre escolha quando precisar consertar o seu carro.

 

As vantagens competitivas da reposição brasileira e seus principais desafios – O painel da indústria contou com a participação de Paulo Gomes, Diretor Comercial do mercado de reposição da Randoncorp de Caxias do Sul,  Evandro Tozati, Head de Vendas, Marketing e Assistência Técnica da Mahle Metal Leve para a  América do Sul; Robert Hilbert Vice-Presidente da Bosch, Divisão Automotive Aftermarket para a América Latina e Rubens Campos, Senior Vice-Presidente do Aftermarket Automotivo da Schaeffler América do Sul. Mediado pelo jornalista Adalberto Piotto, os executivos destacaram as ações sobre inovações de cada companhia para atender a evolução da frota circulante de veículos híbridos e elétricos. Todos falaram as ações realizadas para promover treinamentos aos mecânicos, visando aprimorar e formar novos profissionais e também dos centros de desenvolvimento dedicados à inovação.

Entre os desafios, a carga tributária foi um tema lembrado por Hilbert que comparou a complexidade que o tema tem no Brasil em relação a outros países onde atuou, como Irlanda e Reino Unido.  “Sempre vi o Brasil como um gigante adormecido com enorme potencial, com Centros de Pesquisa, montadoras instaladas e profissionais excelentes, mas há algumas barreiras, como o complexo sistema tributário e o custo Brasil”, afirmou o vice-presidente da Bosch – Divisão Automotive Aftermarket para a América Latina. Segundo o executivo, há países em que a Bosch conta com cinco pessoas na área de TAX, no Brasil, são uns 40 profissionais.

Para ele, outros desafios são a distribuição, pois para ser competitivo no Brasil precisa haver um estoque em cada estado, e a falta de mão de obra. Disse que, segundo estimativas, até 2024 vai faltar 4 milhões de pessoas no segmento automotivo no mundo. Também defendeu o movimento Right to Repair e investimentos em capacitação. “O motorista tem o direito de reparar onde ele quiser”.

Como ponto positivo em prol do setor destacou o biocombustível etanol. “O Brasil pode ser um polo de produção de tecnologia de motor a combustão com etanol/biocombustível”, comentou. Lembrou também da história do flex no Brasil, diretamente ligada à Bosch, que desenvolveu o primeiro sistema flexível, de injeção eletrônica de combustível, do mundo. “O Brasil está adiantado em 20 anos quando se fala em biocombustível”, disse.

Já Evandro Tozati, gestor de vendas, marketing e assistência técnica da Mahle Metal Leve para América do Sul e Central, destacou que o mercado de reposição é muito importante para a Mahle. Acredita que as empresas instaladas no Brasil estão próximas ao mercado para entender as necessidades e transformar em oportunidades de negócios. Disse que o grande desafio para qualquer fabricante do setor é o time de lançar o produto e disponibilizar para o mercado de reposição e estar mais próximo ao mercado auxilia a atender a demanda de forma mais dinâmica. Destacou também ser importante levar conhecimento e capacitação para o reparador. É ele que aplica o produto. “A venda acontece quando o produto é aplicado”, disse. Por isso, a companhia se preocupa em levar capacitação técnica e de gestão ao setor de reposição para que as oficinas tenham um crescimento sustentável e há também o SENAI, grande parceiro das indústrias relacionado à aprendizagem. A Mahle possui projeto com o SENAI para atrair mão de obra para área de mecânica.  “Sem reparador, não há reposição”, comentou. Também ressaltou que outro desafio da indústria é ter profissionais com mindset de demanda de mercado. Com relação ao etanol, disse que o Brasil está na vanguarda, contribuindo com o planeta e sobre a inovação ressaltou que deve estar atrelada à capacitação.

A complexidade do sistema tributário também foi destacada por Rubens Campos, sênior vice-presidente do aftermarket automotivo da Schaeffler América do Sul. “Acho que temos mais profissionais na área de TAX do que no departamento de vendas”, disse. Falou ainda que, após a pandemia, além de as empresas aprenderem novas formas de comunicação, o canal de distribuição mudou bastante. Antigamente, era a coluna básica – fábrica que vendia para o distribuidor que vendia para o varejo que vendia para o mecânico. Hoje, está muito diversificado. Grande maioria das empresas ataca em todas as frentes, o que não significa que alguém tenha perdido mercado.  Há espaço para todos. “No Brasil, por ser continental e bastante complicado no quesito tributação, muitas empresas ainda serão criadas para atender o dono do veículo seja elétrico ou a combustão”, disse.

Comentou que a tecnologia do veículo mudou muito e é preciso treinamento técnico. A Schaeffler tem diversas parcerias de treinamento, com universidades, escolas, inclusive com o SENAI, e traz também profissionais para dentro da fábrica para aprender ainda mais e, assim, alcançar profissionais habilitados. Já sobre as tecnologias, comentou que países europeus estão mais voltados aos veículos elétricos e o Brasil para motor a combustão. Mas, tem espaço para todas as tecnologias e muitas empresas ainda serão criadas para atender o dono do veículo seja elétrico ou a combustão.

Paulo Gomes, diretor comercial do mercado de reposição da Randoncorp de Caxias do Sul – RS, comentou que o grupo começou com montadoras e na década de 80 começou a investir no mercado de reposição, por ser mais consistente. Fez questão de enfatizar que a Randoncorp é a única companhia brasileira que tem fábricas em vários continentes e exporta para vários países, vai completar 75 anos em 2024 e investe permanentemente em inovação para levar ao mundo as novidades de suas empresas, como a Frasle Mobility, que reúne Fras-le, Nakata, Fremax e Controil.  “Hoje, ao invés de importarmos tecnologia, exportamos. Metade de nossa produção é para o mercado de exportação”, disse.

No Brasil, destacou os desafios tributários e logísticos, mas também há o momento de transição da nova frota com diferentes tipos de motores, que mudará um pouco a forma de atuação. “O mercado de reposição está em transição, por isso estamos investindo em inovação e tecnologia”, afirmou o executivo, ressaltando que o mercado continuará pujante devido ao tamanho da frota. “No entanto, será preciso preparar os profissionais para atender as novas tecnologias dos motores, pois ainda não se sabe se a tecnologia avançará para os elétricos ou outros combustíveis. Os desafios são grandes e estamos num momento de aprendizado”, concluiu.

 

Distribuidores entendem o papel do varejista e investem em capacitação profissional – O painel dos distribuidores “Frente às novas tecnologias, quais oportunidades e desafios para a distribuição?” contou com a participação de Ana Paula Cassorla, diretora de compras e marketing da Pacaembu Autopeças, única mulher a subir no palco durante o evento; Antonio Carlos Beiram, sócio fundador da G&B Distribuidora de Autopeças; Gerson Prado, CEO da SK Mobility  e Paulo Fabiano Navi, diretor comercial/vendas e canais digitais do Grupo Real. Cada participante falou das ações que realizam para promover treinamentos focados nos varejos e dos desafios para acompanhar a evolução tecnológica da frota circulante.

Beiram destacou a importância de apoiar projetos voltados aos profissionais do varejo como o Loja Legal, criado pelo Sincopeças-SP em parceria com o SEBRAE.

Já Prado lembrou que as montadoras não têm a mesma capilaridade da rede de distribuição para atender a demanda no país e que as indústrias de autopeças devem apoiar o movimento Right to Repair.

Navi acrescentou que devido à complexidade do mercado o desafio é fazer chegar à mão do reparador a peça certa para aplicação no momento que a demanda surge. Também falou sobre usar os canais digitais para levar informações aos reparadores.

Ana Paula também comentou que o setor deve começar a utilizar as redes sociais para se comunicar com o consumidor e mostrar as oportunidades que existem no mercado para atrair jovens, inclusive citou que é necessário estar presente no Tik Tok, por exemplo.

Experiência do cliente na jornada de compras – Tudo que acontece no processo de atendimento ao cliente é experiência, desde quando acessa o site, o Instagram, quando questiona algum conhecido sobre o produto ou empresa, ou seja, é um conjunto de fatores até que aconteça a venda do produto ou serviço. Neste processo, é fundamental ter clareza sobre o que é a empresa, quem é a equipe e qual o tipo de experiência que se quer entregar aos clientes. Foi como Heber Santos, fundador da Heber Consultoria, iniciou a palestra “A importância da experiência do cliente ao longo de toda a jornada de compras”. “É preciso ter atenção, pois é mais fácil vermos o que queremos do que realmente somos e vemos”, comentou o palestrante, ressaltando que quando se sabe o que é e o que se quer fica bem mais fácil traçar o caminho.

Ao falar sobre experiência do cliente, pontuou alguns quesitos importantes: as coisas que se consegue ensinar, como processos, conhecimentos sobre ferramentas, política, previsão, entre outras, mas também coisas que a pessoa já traz consigo, como educação, ser ético, saber sorrir, entre outras atitudes. 

Citou a Disney como case de exemplo de experiência com o cliente. “A Disney entrega a mesma experiência para todas as pessoas que visitam o parque. A pessoa que visitar o parque amanhã terá a mesma experiência do que a pessoa que esteve no dia anterior”, comentou o palestrante, ressaltando que é necessário fazer isto nas empresas.

“A Disney recebe 300 mil pessoas nos parques, 74 mil pessoas trabalham nos quatro parques temáticos, dois parques aquáticos, 440 restaurantes e 32 resorts e não é fácil treinar todas essas pessoas para entregar a mesma experiência para os clientes”, disse Heber. No entanto, entrega experiência, encantamento e agrega valor ao que oferece e o que traz a fidelização do cliente é quando acontece a conexão emocional. “Os momentos mágicos fazem com que as pessoas se lembrem de sua empresa, produtos ou serviços”, afirmou o palestrante, concluindo: “Cliente com sucesso é empresa com sucesso”. 

 Empatia, entender e acolher o cliente para resolver o seu problema – A programação de painéis encerrou com o tema “Novo perfil do consumidor – quais os desafios para construir uma ótima experiência com o cliente (cx)?” debatido por Alexandre Pereira, CEO da Atlanta AutopeçasFelipe Martins, sócio-diretor do Grupo PMZ; Douglas Barbosa, gestor da Celsão Autopeças;  e  Marcos Arthuzo, diretor de Operações da DPaschoal. Foi consenso entre os participantes que o treinamento para formação e capacitação de mão de obra é fundamental e que os vendedores precisam entender as dores dos mecânicos, sendo empáticos para atendê-los da melhor forma possível. Para isso, é necessário ter conhecimento técnico do produto para oferecer a solução certa, pois uma peça errada que chega à oficina gera transtorno para o dono do carro e também para todos os elos da cadeia envolvido.

Martins, por exemplo, contou que PMZ tem uma escola dedicada à formação de profissionais para atuar na empresa que possui 2.300 colaboradores e mais de 80 unidades. “O próximo passo é expandir o treinamento para os mecânicos”, completou.

Pereira disse que é importante ter aproximação com o cliente, entender a necessidade dele e apresentar a melhor solução.

Barbosa mencionou que geralmente o cliente seja mecânico ou consumidor final chega com o problema e não está muito amistoso, cabendo ao vendedor da loja procurar proporcionar a melhor experiência possível, mesmo diante de um problema.

Arthuzo falou do projeto Maxxi Training, promovido pela DPaschoal, voltado à formação de mão de obra, procurando sempre mostrar que o profissional deve se preocupar em resolver o problema do cliente e provar se é mesmo necessário trocar a peça.

Trajetória das oficinas deve passar pela certificação de competências profissionais – O momento é crítico na educação, mas o panorama na reparação de veículos é outro. A quantidade de jovens de 15 a 17 anos fora da escola no ensino médio é de 20% a 30%, que é a fase que poderia estar no ensino técnico. A escolaridade é limitada no Brasil. Em leitura, o país também está abaixo da média da OCDE. Em leitura, o Brasil está dois anos e meio atrás dos países da OCDE em escolarização; em matemática, três anos e meio atrás dos países da OCDE, ficando abaixo também. Em Ciências, 3 anos atrás, com média também abaixo. No entanto, apesar dos números negativos na educação brasileira, o cenário ligado à aprendizagem na reparação é bem melhor. “No Brasil, há um auxílio muito grande da indústria em treinamento. A indústria é parceira do reparador na capacitação de profissionais”, comentou Antonio Fiola, presidente do Sindirepa Brasil, quando falou sobre “Os desafios para a capacitação do mecânico mediante a complexidade da eletrificação do movimento Right to Repair, durante o Seminário da Reposição Automotiva”.

O SENAI, em 2022, certificou 92.476 pessoas, qualificou 26.758 profissionais, 55.226 pessoas fizeram aperfeiçoamento/especialização profissional e o técnico de nível médio, 10.492 pessoas. “Na esfera do automóvel, ainda existe uma paixão, dedicação. Com todos os desafios que temos em treinamento, o mecânico brasileiro tem ainda vocação, fator fundamental para continuar estimulando a se capacitar”, disse. O carro era analógico, depois veio a injeção eletrônica, ABS, controle de estabilidade, sensor de distância, ADAS (Sistema Avançado de Assistência ao Condutor), conectividade, híbrido e elétrico. Mas, contudo isto, ele ressaltou: “Temos a frota brasileira em pleno estado de funcionamento”.

A recomendação de Fiola sobre o caminho a ser trilhado é continuar investindo em treinamento e apoiar a certificação de competências profissionais que já está disponibilizada pelo IQA – Instituto da Qualidade Automotiva. “A certificação cria um estímulo para ele se atualizar e se aperfeiçoar. A ASE, quando estava no Brasil, chegou a cerificar cerca de 65 mil mecânicos, que tinham prazer em ostentar o selo da ASE”, explicou Fiola, acrescentando: “E muitos faziam treinamento no SENAI para ser aprovado na certificação, que é um estímulo para o reparador se atualizar”.

A certificação do IQA tem apoio institucional do Sindirepa Brasil, Conarem, Sincopeças Brasil e Escola do Mecânico e apoio financeiro das indústrias – ElringKlinger, Elring, Kolbenschmidt KS, Pierburg, Wabco, Tecfil, Sachs, TRW, Lemförder, Valeo, Osram, Dana, Lumileds, Sabó, Mahle, Bosch Service, Cobreq, MTE-Thomson, Tecnomotor, Delfhi Technologies/Borg Warner, Fremax e Fras-le.

 

Mensagem positiva para o setor de reparação – Fiola vê com otimismo o mercado da reparação já que 80% da frota brasileira faz a manutenção nas oficinas independentes. Disse também que o parque de concessionárias, hoje, não atenderia 10% dos municípios. Além disso, a relação com o varejo de autopeças é muito boa e complementar às oficinas.

 

O seminário, organizado pelo Grupo Photon, tem o patrocínio de várias empresas do setor: SAMA, LAGUNA, MATRIX, PELLEGRINO, ROLES, REDE PITSTOP, DPK, ELRINGKLINGER, FRAS-LE, NAKATA, KS, MAHLE, SCHAEFFLER, TAKAO, BOSCH, DANA, DELPHI, IQA, MONROE AMORTECEDORES e VALEO.

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