Novas tecnologias e qualificação de mão de obra foram destaques de palestra do Sincopeças-RS, em Alegrete/RS

Números do setor automotivo, cenário nacional e internacional, desafios e oportunidades foram os temas chaves da palestra “Desafios da cadeia de suprimentos automotivos no Brasil”, ministrada pelo presidente do Sincopeças-RS, Marco Antônio Vieira Machado, na noite de 5 de abril, durante o Festival Estadual da Linguiça Campeira de Alegrete, no Parque Dr. Lauro Dornelles.
O dirigente evidenciou o crescimento da frota de carros elétricos (híbridos) no Brasil. Hoje, somam 400 mil veículos. Só em 2024, 177 mil foram incorporados à frota. Em fevereiro de 2025, 12 mil vendidos, 24% a mais em relação a fevereiro de 2024.
Só no Rio Grande do Sul, os híbridos somam 15,4 mil veículos (dado de julho de 2024). “De 2022 a 2024 o crescimento foi de 72%, já o dos veículos a combustão foi de 5%, apenas. Agora um número impressionante: de 2019 a 2023, o crescimento foi de 787,5 %, no estado gaúcho”, aponta Machado.
O presidente ainda falou das projeções quanto aos elétricos no Brasil: tendência de redução de preços, crescimento de pontos de recarga e aumento de modelos. Em 2040, o número de elétricos (híbridos) poderá chegar a 11 milhões de veículos e que em 2050, modelos elétricos e híbridos deverão superar os à combustão.
Outro ponto alto da palestra foi a questão da mão de obra do setor automotivo. Nos últimos 15 anos, a idade média da população cresceu 21%; nos últimos 20 anos a população caiu de 30 mil para 11 mil habitantes; e a idade média das equipes do setor automotivo cresceu 28%. “Estes dados nos mostram que temos um grande desafio pela frente, pois teremos menos pessoal e a necessidade de qualificar equipes, visto as novas tecnologias, será ponto fundamental para o futuro dos negócios”, frisa Machado.
Mão de obra automotiva e tecnologias também foram temas de abordagem em um bate-papo para a MR TV, entre o presidente Marco e o presidente da AMMEA – Associação Profissional de Mecânicos, Metalúrgicos e Eletricistas de Alegrete, Danilo Schmitz, minutos antes da palestra.
Marco ressaltou que a qualificação de mão de obra, atualmente, é um problema mundial e isso se potencializa regionalmente, pela redução e envelhecimento da população. “Muitas ações estamos fazendo no intuito de qualificar equipes. A questão da falta de mão de obra tem, inclusive, certo teor político. Nossas entidades representativas não têm partido político, mas temos política. Queremos liberdade para trabalhar, precisamos de redução tributária e de qualificação de mão de obra. O empresário precisa investir em pessoal, temos que enfrentar este custo, assim como enfrentar o envelhecimento da mão de obra. Individualmente não temos força para manter atualização tecnológica, tributária e de gestão. Mas na agregação, união de entidades é que conseguiremos enfrentar esses problemas”, disse Machado.
Para finalizar, Machado elencou alguns desafios ligados à cadeia fragmentada, veículos rodando com tecnologia de ponta, montadoras e e-commerce e falsificação, além de ter elencado, também, as oportunidades para o setor ligadas à ampla frota envelhecendo, maior e melhor capilarização, preparação dos negócios para os elétricos e híbridos e, ainda trouxe uma frase para reflexão: “não vendemos peças, mas segurança, conforto e mobilidade”.