Especialista prevê que retomada do mercado de filtros automotivos só deve acontecer em maio e com ritmo lento
Em função das medidas de restrição de circulação e isolamento social, os reflexos econômicos da pandemia da COVID-19 também afetarão o mercado de filtros automotivos no Brasil. “O grande impacto será em abril. Na primeira quinzena de maio, o consumo ainda estará num ritmo lento, melhorando na segunda parte do mês”, afirmou Paulo Nascimento, diretor integrante do Conselho Fiscal da Abrafiltros e gerente de vendas e marketing da empresa associada Parker Hannifin, no dia 9 de abril, no “Programa Filtra Ação”, canal de conteúdo online da Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas, desenvolvido em parceria com as Revistas Meio Filtrante e TAE.
Segundo Nascimento, as expectativas para 2020 eram promissoras antes da pandemia, com crescimento de 10% estimulado pelos pedidos das montadoras. “As vendas em abril para as montadoras, não ocorrerão”, alertou Nascimento, acrescentando: “E a demanda caiu 50% nas autopeças e atacadistas. Mas, se o comércio e as empresas reabrirem, o consumo no mercado de reposição volta lentamente”, comentou.
Na opinião do executivo, a tendência é o aftermarket voltar a movimentar o setor de filtros automotivos, já que a renovação de frota não deve acontecer rapidamente e os consumidores devem optar pela manutenção dos veículos em detrimento de novas aquisições. Há dois setores que ainda estão movimentando o mercado de filtros automotivos, o transporte de cargas de alimentos e o agribusiness.
Sobre o estoque, Nascimento disse que é considerável de 3 a 4 meses e como será reduzido lentamente, não deve estimular a retomada da indústria num ritmo agressivo.
Falou também que as empresas pequenas e médias são as que mais sofrem com a crise gerada pela pandemia, sendo um ponto importante de atenção: “Se estas empresas fecham, o desemprego aumenta, o consumo cai e todos da cadeia sentirão”.
Preocupações da indústria – Além da crise gerada pela pandemia, há preocupação da indústria com a saúde dos colaboradores, segundo Nascimento. “É necessário manter a produção funcionando, com distanciamento social no trabalho, uso de EPI’s e limpeza”, ressaltou.
Outra questão é buscar mercados para atuação, especialmente no agronegócio. “Precisamos estar preparados para a retomada da economia, inclusive, alinhados com os fornecedores para não faltar insumos”, afirmou.
Exportações podem ajudar indústria – Nascimento disse que ainda é possível exportar filtros automotivos. “Com o dólar no patamar que está, é fundamental focar no mercado externo”, recomendou. Segundo o gerente, há apenas duas dificuldades – algumas empresas estão fechadas e encontrar agentes de cargas para o transporte. “Mas não há problemas maiores”, comentou.
O “Programa Filtra Ação” acontece todas terças e quintas-feiras, com a participação de especialistas em diversas áreas. Os interessados devem acessar as redes sociais da Abrafiltros e das Revistas Meio Filtrante e TAE, como Facebook e LinkedIn, onde serão divulgados os temas e palestrantes de cada semana.
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