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Mobilidade

Seminário de powertrain debate vocação do Brasil em rotas tecnológicas

A premência por descarbonização da mobilidade foi tema de todos os eventos da AEA
A premência por descarbonização da mobilidade foi tema de todos os eventos da AEA – Associação Brasileira de Engenharia Automotiva ao longo de 2023. O último do ano, o Seminário AEA de Inovação em Powertrain, que aconteceu na última quinta-feira, 09 de novembro, somente por meio de plataforma online – e gratuito –, não foi diferente.
Sob o título “Neutralidade da mobilidade no Brasil: colocando as cartas na mesa”, o Seminário AEA de Inovação em Powertrain debateu a vocação do País em rotas tecnológicas diante da diversidade de sua matriz energética, de baixa pegada de carbono.
Coordenado por Christian Wahnfried (Bosch), Everton Lopes (Mahle), Fernando Oliveira (Bosh), Mario Reis (Mercedes-Benz) e Murilo Ortolan (Renault), o evento foi aberto por Renato Romio, vice-presidente Conselho Diretor da entidade. Dois painéis, primeiro de cunho mercadológico e outro técnico, receberam seis palestras.
No primeiro painel, Masao Ukon, da Boston Consulting Group, conduziu a palestra “Opções regionais para a descarbonização da mobilidade”, por meio da qual construiu, a partir da realidade de elevação da temperatura do planeta, a evolução da indústria automobilística mundial e seus marcos históricos, até as pontuais soluções de descarbonização. “O Brasil tem muito a contribuir, por exemplo, com os carros híbridos flex. Pode ser um importante polo produtivo e até ser exportador dessa tecnologia”, sentenciou.
Fabio Ferreira, diretor de Produto da Robert Bosch, em sua palestra “Desenvolvimento local de tecnologias para a descarbonização da mobilidade”, sintetizou os desafios da tecnologia de powertrain versus os atuais combustíveis, com destaque para as biomassas e futuras matrizes energéticas, depois de expor o cenário mundial de carbono zero e sucesso da tecnologia flexfuel, que acaba de completar 20 anos. Ao final das apresentações, ambos participaram da sessão de debate, com a mediação de Raquel Mizoe, diretora de Emissões e Consumo de Veículos Leves da AEA.
O Painel Técnico começou com a apresentação de Eugenio Coelho, diretor executivo da AVL, que abordou o tema “Leves – desafios e soluções regionais”, quem também mostrou cenários futuros da Europa, China, Estados Unidos, Japão e restante do mundo, em 2034, em relação aos veículos 100% elétricos. “O mundo”, enfatizou Coelho, “caminha para os BEVs, mas em intensidade variada. Por isso, temos muitos desafios a enfrentar com os motores a combustão, os eletrificados e, um pouco mais à frente, com as células de combustível, sempre em busca de eficiência energética”.
Rafael Torres, diretor executivo de Engenharia da Cummins, sobre “Pesados – desafios e soluções regionais”, foi direto ao ponto: “sou muito cético em relação aos veículos pesados 100% elétricos em nossa região, a América Latina, porque a abundância de energias renováveis é expressiva. Temos dar prioridade às tecnologias de powertrain que contemplem o uso de biocombustíveis, biometano e o hidrogênio verde”.
Na penúltima palestra do seminário, coube à Rachel Henrique, consultora técnica da Superintendência de Derivados de Petróleo e Biocombustíveis da EPE – Empresa de Pesquisa Energética, ligada ao Ministério das Minas e Energia, oferecer um amplo panorama das matrizes energéticas no mundo, com ênfase no Brasil, no momento em que o planeta caminha para as economias de baixo carbono.
“A demanda energética do setor de transportes deve continuar crescendo puxada pela demanda de mobilidade de cargas e pessoas. No curto e médio prazos, a principal fonte energética desse setor deve continuar sendo os derivados de petróleo, apesar da evolução dos biocombustíveis. Outras fontes de energia devem ganhar mais importância no longo prazo”, argumentou Henriques, para quem “a transição energética e as pressões por mudanças climáticas devem continuar estimulando investimentos em P&D e a criação de um mercado de massa. O Brasil está em posição de destaque quanto à biotecnologia e bioenergia, havendo uma indústria de biocombustíveis instalada no país, competitiva e que reduz a dependência dos derivados de petróleo, além de contribuir para a descarbonização da economia”.
Janayna Bhering, da Fundep – Fundação de Apoio da UFMG, por sua vez, convergiu com as apresentações anteriores, mas com destaque para o papel da academia no processo de integração com a indústria.
Esse bloco de apresentações também contou com uma sessão de debates, coordenada por Roberta Teixeira, diretora de Lubrificantes da AEA.

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