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Vendas

Valor dos carros usados sobe 5,43% entre julho e setembro

Apesar do volume de vendas ter recuado, concessionárias buscam recompor margens após queda abrupta dos preços em junho. Tíquete médio passou para R$ 78.767, mostra pesquisa

As vendas de automóveis usados e seminovos em setembro registraram uma margem bruta de 12,3%, recorde no ano. Em 2023, a melhor performance havia sido registrada em fevereiro (11,5%). Este também é o segundo mês consecutivo de alta do tíquete médio, que passou de R$ 77.578 em agosto para R$ 78.767. alta de 1,53%. Nos dois últimos meses o aumento foi de 5,43%. Os dados são do Estudo Performance de Veículos Usados (PVU), realizado pela MegaDealer com base nos dados da plataforma Auto Avaliar. O resultado chama a atenção por conta da queda nas vendas que, segundo a Fenabrave, foram 14% menores que em agosto (875 mil unidades).

Apesar da alta do tíquete médio, o valor praticado no mercado ainda está abaixo de junho (R$ 81.693). “Há uma tendência de recuperação dos preços com a volta da normalidade após o impacto do programa de governo que estimulou a venda de carros novos por um curto período e desestabilizou o mercado de usados”, explica J.R. Caporal, CEO da Auto Avaliar.

Para se ter uma ideia, veículos produzidos entre 2012 e 2015 custavam, em média, R$ 45.135 em junho. Seus valores recuaram para R$ 41.190 em julho. Mas em agosto tiveram uma leve recuperação para R$ 42.488 e em setembro já estava em R$ 43.653. O tíquete médio é ainda 3,3% abaixo do junho, mas 2,7% acima do registro de agosto.

O mesmo ocorreu com os veículos ano/modelo 2016 a 2019 que em setembro custavam, em média, R$ 71.218, -4,8% na comparação com junho, mas 1,7% acima do mês de agosto. A menor recuperação foi apresentada pelo segmento 2020 a 2022, cujo preço está em R$ 102.567, apenas 0,6% acima do valor de agosto e 5,1% abaixo de junho.

Segundo Caporal, não é possível afirmar que há uma “inflação” no preço dos veículos usados, pois os resultados obtidos no estudo podem estar apenas identificando uma mudança no comportamento do consumidor. “Margem bruta e tíquete médio maiores não significam que os preços dos veículos usados subiram. Pode ser que pessoas que compravam carros com mais tempo de uso, passaram a comprar veículos um pouco mais novos ou com mais opcionais que, naturalmente, custam mais. Isso faz o tíquete médio subir”, comenta Caporal.

Com presença em 7 países, a plataforma Auto Avaliar atualmente atende 4.200 concessionárias e mais de 30.000 lojas independentes. A base de dados do estudo abrangeu 2.492 concessionárias, de 23 marcas, cadastradas em todo o Brasil. O levantamento também mostra que o giro de estoque subiu para 47 dias, um pouco acima dos 45 do mês anterior, dentro da média usual.

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