Presença feminina na indústria automotiva chega ao maior nível em sete anos

Apesar dos avanços na equidade de gênero, a inclusão LGBTI+ na indústria automotiva sofreu retrocesso. Resultados da quinta edição da pesquisa “Diversidade e ESG no Setor Automotivo”, realizada por Automotive Business, divulgados recentemente apontam que apenas 14% das empresas do setor possuem metas voltadas à atração e retenção de talentos LGBTI+, uma queda significativa em relação aos 24% registrados em 2023. Isso indica que, mesmo com o aumento da presença feminina, os resultados das políticas de diversidade vem perdendo força – seja pela falta de efetividade ou pelo tema estar mais no discurso e menos na prática.
A participação de pessoas negras nas empresas do setor também apresentou oscilação negativa, mas mais discreta, caindo de 33% para 29%. Ainda que esse número esteja bem acima dos 10% registrados em 2019, a queda recente acende um sinal de alerta sobre a ncessidade das políticas de inclusão.
A desigualdade se torna ainda mais evidente quando se observa os cargos de liderança: pessoas pretas e pardas ocupam apenas 12% das cadeiras de direção, evidenciando a persistente barreira na ascensão profissional desse grupo.
Em contrapartida, a pesquisa apontou o aumento do número de empresas que passaram a destinar orçamento específico para ações de diversidade e inclusão — de 65% para 81%. Quando o tema é ESG, 71% das empresas afirmam já contar com uma agenda estruturada, com objetivos estratégicos e metas bem definidas.
O estudo é realizado anualmente pela Automotive Business, plataforma de conteúdo voltada a profissionais que buscam construir novas respostas para o setor automotivo e de mobilidade. Com o objetivo de empoderar esses profissionais por meio de informação de qualidade e contribuir para decisões mais assertivas — tanto para os negócios quanto para a sociedade —, o levantamento já contou com a participação de quase 400 empresas que responderam aos questionários.
“Os dados da pesquisa apontam os caminhos a serem seguidos para que o setor promova um ambiente de trabalho mais plural, com igualdade de condições para que todos os colaboradores tenham oportunidades para desenvolver e aprimorar suas habilidades e competências”, afirma a CEO de Automotive Business, Paula Braga. “Esse é um passo fundamental para impulsionar a inovação, a competitividade e a sustentabilidade nas empresas do setor automotivo”, completa a editora-chefe de Automotive Business, Giovanna Riato.
De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a indústria automotiva responde por quase 25% do PIB brasileiro e emprega 11,5 milhões de pessoas. É, também, responsável por 21% das vagas formais do país.